67º Edição Anual dos Jogos Vorazes
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 Despedida no Distrito 11

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Lennox Wave
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Lennox Wave


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MensagemAssunto: Despedida no Distrito 11   Despedida no Distrito 11 Icon_minitimeQui Abr 03, 2014 11:27 am


A Despedida
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Depois de se cumprimentarem, os tributos são levados para dentro do Edifício da Justiça sob o silêncio total da população.
Dentro do prédio, eles são separados e colocados em cômodos, onde esperam para se despedirem de seus familiares e conhecidos.

Faça uma breve despedida com sua família e/ou amigos.

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Alden Yeda

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MensagemAssunto: Re: Despedida no Distrito 11   Despedida no Distrito 11 Icon_minitimeQui Abr 17, 2014 1:33 pm


Alden Yeda

O rosto alegre de Minzy apareceu por entre a fresta da porta, ao lado dela estava Sandara. Duas das três garotas que dividiram o palco comigo, antes de CL morrer nos jogos. Essas falsas haviam me abandonado, preferia viver da lembrança da morta, assim como todo o distrito que venera até hoje meu irmão suicida, do que continuar cantando comigo.

― Você se voluntariou... ― exclamou Minzy. ― Pensei que fosse mais esperta.

― Cala a boca, sua vadia.

― Vai saber do que estou falando quando estiver sangrando prestes a morrer no banho de sangue igual à CL. Só que todos te verão como uma pobre coitada em busca de reconhecimento.

― Vá se foder.

― Não deveria ter feito isso ― disse Sandara, com seu tom de voz condescendente.

― Quer saber? Quando eu voltar, e tiver toda essa gentinha na palma da mão, vou dar um jeito das duas serem açoitadas em praça pública, e eu estarei vendo tudo de camarote comendo pipoca. Vou fazer vocês se arrependerem por ter me abandonado.

― Então é isso? ― perguntou Sandara. ― Ainda tem mágoa por nosso grupo ter acabado?

― PACIFICADORES! ESSAS GAROTAS ESTÃO ME INCOMODANDO! ― eu gritei.

Logo os pacificadores retiraram as duas da sala. Eu me sentei, tentando conter o embrulho no estômago. Essas garotas não perdem por esperar.

Meus calcanhares tamborilavam freneticamente o assoalho da sala de espera no Edifício da Justiça. Minhas mãos deslizavam uma na outra de tão suadas que estavam. Havia acabado de me levantar quando a porta se abriu num estampido e minha mãe adentrou ardendo em fúria.

― COMO OUSA FAZER ISSO COM SUA FAMÍLIA, ALDEN?

― Yeda... ― eu corrigi.

Minha mãe, de pele branca, estava púrpura, seus olhos naturalmente estreitos, se estreitaram mais ainda enquanto ela me observava desacreditada.

― EU COLOQUEI VOCÊ NA PORRA DESSE MUNDO, ALDEN, E IREI CHAMÁ-LA COMO BEM ENTENDER ― ela berrou.

Ergui minhas mãos em sinal de rendição, recuando alguns passos.

― Se voluntariar? ― ela perguntou ao vento, tentando manter o tom de voz ameno, enquanto dava voltas na sala. ― O que te deu na cabeça, garota? VOCÊ QUER MORRER?

Mamãe me encarou e veio em minha direção. Eu nunca havia apanhado na vida, mas soube que era isso o que ela pretendia fazer quando veio ao meu encontro. E teria conseguido, se meu pai não tivesse entrado na sala ao lado de uma Chaellin chorona e a tivesse detido.

― ISSO FOI FALTA DE SURRA! EU SEMPRE TE MIMEI. A CULPA É MINHA!!! ― ela gritou, enquanto meu pai a mantinha presa. Com um último grito desesperado, ela caiu em lágrimas.

― Porque fez isso, Alden? ― perguntou Chaellin, tentando inutilmente conter o choro.

― Yeda... ― corrigi, sem desgrudar os olhos de minha mãe, que chorava apoiada ao ombro de meu pai.

― Isso pouco importa! Você já parou pra pensar que pode morrer? Isso tudo só para fazer sucesso? Arriscar sua vida, matar pessoas... Isso só pra ser famosa, Alden? Isso é ridículo!

Nada no mundo me irritava mais do que ouvir minha irmã me chamando pelo primeiro nome.

― Cada um tem as motivações que acham justas ― expliquei impaciente.

― Você me esfaqueou pelas costas, Alden... ― gemeu minha mãe entre seu pranto. ― Nunca me senti tão desapontada.

― Então se sinta mais um pouco quando descobrir que Chaellin está namorando Josh.

Minha mãe dardejou Chaellin com o olhar, parando de chorar no mesmo instante ao receber a bomba.

― O colhedor?

― Mãe... ― começou Chaellin, chorando mais ainda.

― Sim ― confirmei. ― Está namorando o colhedor há mais de um mês.

Minha mãe se soltou do aperto firme de papai, avançou em Chaellin que alternava entre dizer que amava Josh e pedir perdão por ter escondido o romance dela. Os pacificadores entraram, levando minha mãe e minha irmã. Meu pai se aproximou de mim, e disse suas poucas ultimas palavras para mim antes que eu partisse.

― Espero que consiga conviver com o estrago que causou ― ele se virou para ir embora, mas parou e acrescentou: ― Se viver.

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