Creed Zero
- Que merda... - sussurrava o rapaz dentro da sala onde o tinham colocado, era bastante confortável sem dúvida, mas o problema não estava no local em si, mas naquilo que tomava partido ali.
Abrindo-se a porta Creed viu o seu pai entrar todo orgulhoso e com um sorriso muito aberto na cara.
- Oh o meu filho! - exclamava emocionado e cheio de esperança. - O meu querido filho! Tenho fé em ti meu rapaz.
O caralho que tinha! Nunca ligara a Creed até ele fazer 12 anos e forçá-lo a entrar na academia de treino dos carreiristas. Nunca antes o homem quisera saber do seu filho, mas agora que via uma esperança de ele se tornar famoso e rico, parecia que não o deixava, era sempre a mesma merda na altura dos jogos e Creed começava a ficar farto.
- Deixa-te de merdas. Se eu não me tivesse tornado carreirista muito provavelmente continuaria a ser vitima do teu desprezo. Pois fica sabendo seu idiota que se eu por alguma razão ganhar os jogos não verás um cêntimo do dinheiro seu arrogante. - acabado de falar cuspiu nos pés do homem com desdém mandando-o sair dali.
Do outro lado da porta a mãe de Creed aguardava um momento para estar sozinho com o seu filho. Ela tinha medo de Jay, o pai de Creed e sabia que não se devia aproximar do marido quando o filho o enfentava. Certamente a mulher seria agredida de uma forma animal.
Com receio, foi avançando muito cautelosamente para atravessar a ombreira da porta, Jay já tinha saído do local com uma raiva intragável, mas mesmo assim a mulher temia pela sua saúde.
- Mãe. - disse o rapaz abraçando a mulher e trazendo-a para dentro da divisão. Sentou-a na cadeira para falar com ela. A mulher desfazia-se em lágrimas porque temia perder o filho que tanto estimava, não queria ficar sozinha com o homem que a agredia sempre que estava algo mal. - Eu tratei de tudo, se por alguma razão eu não voltar dos jogos tu ficarás a salvo, te garanto.
Chegando atrasado e já em cima da hora um rapaz alto e de cabelos loiros entrou pela porta adentro quase falhando a hora da despedida. O voluntário já esperava que tal acontecesse pelo que não se surpreendeu com o atraso do seu amigo.
- Fica com o James, ele vai te proteger e não deixará aquele nojento colocar um dedo em ti. - afirmou Creed dando um beijo na cara da sua mãe.
Nesse momento os guardas da capital que aguardavam no exterior anunciaram que o tempo da despedida tinha acabado e que se tinham todos de ausentar.
- Vamos Isabel, está na altura. - falou James entrelaçando o seu braço com o da mulher que, muda pelo medo, derramava lágrimas por talvez ser a última vez que visse o filho.
No exterior Jay Zero via a sua mulher a deixar a sala do tributo masculino acompanhada por um jovem amigo de Creed. O seu filho tinha-lhe passado a perna e a chantagem usando Isabel estava quase fora de questão. Avançando com raiva para os dois que avançavam de braço dado, o homem ia deixar tudo fluir na cara da mulher agredindo-a para deixar toda a sua raiva sair.
- Onde pensas que vais tu mulher! - gritava ele cego pela sua raiva.
Aplicando os conhecimentos da academia e treinados com Creed, James movia-se com velocidade apanhando o braço do homem antes de diferir o golpe na mulher. Dando um salto elevou o seu joelho coberto com calças de cor verde azeitona atingindo o maxilar do pai de Creed fazendo o sangue jorrar da sua boca. James sabia bastante bem que só aquilo não chegaria para deixar o homem fora do combate. Então antes que Jay chegasse ao chão rodou sobre o seu corpo esticando a sua perna direita pregando uma rasteira na perna que o pai do tributo esperaria usar para se equilibrar. Com um som seco o corpo trabalhado e bronzeado de Jay caiu no chão batendo com a cabeça.
- Quietos! - exclamou um dos guardas da capital que se apressara a vir manter a paz no local. Tendo visto o acontecido no local deu um aviso ao Carreirista amigo de Creed para que ele não semeasse o caos e levou consigo o pai do tributo que naturalmente tinha problemas.
-" Correu tudo perfeito, tal como tínhamos planeado." - pensou James tentando comunicar por telepatia com Creed, o plano engendrado fora cumprido e agora a mãe dele estava a salvo. Por enquanto pelo menos...