Despedida no Distrito 12

Eu não entendia ao certo o que estava acontecendo comigo, pra onde estavam me levando e o futuro que me aguarda. Sigo em direção ao prédio que chamam de Edifício da Justiça e me prendem numa sala, onde espero um longo tempo até que as portas se abram.

Mãe. Pai. Vee. Os três ali na minha frente, chorando muito. Nos olhamos por um tempo sem dizer nada, acho que eles sabem qual é o meu futuro, mas não me atrevo a perguntar, esboço um sorriso tímido. Tanto sabem que não me dizem nada, apenas me abraçam e me permitem a retribuição. Ficamos juntos, colados o tempo todo. Sinto os suspiros de minha mãe e irmãzinha, meu pai está mais firme por fora mas tenho certeza de que está tão detonado por dentro quanto elas. Não há nada o que dizer, ficamos abraçados o tempo todo, todo o longo tempo sem pronunciar uma sequer palavra.

O Pacificador abre a porta para avisar sobre o tempo, mas decide dar alguns poucos minutos de abraço a mais por nós. Pura compaixão. Assim que ele anuncia que o tempo se esgotou tudo que sai da minha garganta é:

— Eu te amo mãe.

Isso só faz a minha família querer ficar mais tempo comigo, mas logo são escoltados pra fora da sala, todos disseram que me amavam e eu tenho certeza que amam mesmo. Me fecho os olhos com as mãos e torno a chorar, não quero isso pra mim. Não quero.